Há muito tempo que os protestantes acusam a Igreja Católica de proibir aos fiéis a leitura da Bíblia em língua vulgar. É fácil, porém, reconhecer a falsidade dessa acusação. São inúmeras as versões da Bíblia que têm sido feitas em todos os séculos e em todos os países e línguas da terra com a aprovação e aplauso da Igreja Católica, a qual não se cansa de recomendar a leitura e a meditação deste livro admirável, todo ele escrito para nosso ensino, como diz São Paulo (Rom. XV, 4).
A Santa Igreja proíbe, sim, a leitura de algumas versões da Bíblia em que é mutilada a palavra de Deus e falseado seu verdadeiro sentido. Estão nesse número as que são profusamente distribuídas pelas sociedades bíblicas protestantes, acompanhadas muitas vezes de panfletos em que se dá ao texto sagrado interpretações falsas, que muito mal fazem às almas.
Para evitar tão perniciosos efeitos, publica-se, em edição popular, esta nova versão da Vulgata em língua portuguesa.
Santo Agostinho diz que é uma espécie de impiedade não ler aquilo que por nós e para nós escreveu a mão do próprio Deus. Que ninguém incorra nessa falha, tendo tanto ao seu alcance a leitura da Santa Bíblia.
Atendamos às seguintes palavras com que o Senhor nos recomendou a leitura dos livros santos: “Não se aparte da tua boca o livro desta lei, mas meditarás nele dia e noite, para observar e cumprir tudo o que nele está escrito; então levarás o teu caminho direito, e o compreenderás. Eis que eu to mando” (Josué I, 8-9). “Toda a Escritura divinamente inspirada é útil para ensinar, para repreender, para corrigir, para formar na justiça; a fim de que o homem de Deus seja perfeito, apto para toda a obra boa” (II Timóteo III, 16-17).